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Um ato de amor! A Coragem de Pedir Ajuda: Quando o Fundo do Poço Vira o Primeiro Degrau

02/12/2025

Um ato de amor! A Coragem de Pedir Ajuda: Quando o Fundo do Poço Vira o Primeiro Degrau

O FUNDO DO POÇO: ONDE A CORAGEM FINALMENTE ENCONTRA A VOZ

Existe um momento, silencioso e brutal, que precede todas as recuperações verdadeiras. Não é o primeiro porre, nem a primeira overdose, nem a primeira promessa quebrada. É o instante em que a pessoa olha para suas próprias mãos – sujas, trêmulas, vazias – e sussurra, para si mesma, a frase mais difícil da vida: “Preciso de ajuda.”

Na Comunidade Terapêutica Caminhar, sabemos que essa frase nunca nasce no topo da montanha. Ela brota no fundo escuro do poço, onde não há mais ilusões para se agarrar.


O QUE REALMENTE É O “FUNDO DO POÇO”?

A sociedade romantiza esse conceito. Pensa em uma cena dramática: alguém desmaiado num beco, a família chorando. Mas o verdadeiro fundo do poço é mais íntimo, mais silencioso.

É você, às 3h da manhã, segurando seu celular com o número de uma clínica salvo, mas sem coragem de discar.
É olhar no espelho e não reconhecer quem está ali.
É sentir o nojo de si mesmo virar uma companhia constante.

O fundo do poço não é um lugar geográfico. É um lugar na alma. E cada pessoa atinge o seu em um ponto diferente. Para alguns, é perder o emprego. Para outros, é a esposa sair de casa com as crianças. Para muitos, é simplesmente acordar e perceber que não aguenta mais acordar.

“O fundo do poço não é onde você perde tudo. É onde você perde o medo de pedir ajuda.”


A ARMADILHA DO “EU DOU CONTA SOZINHO”

A dependência é uma doença da solidão. Ela sussurra mentiras sofisticadas:

  • “Você é forte, supera isso sozinho.”

  • “Internação é para fracos.”

  • “Dessa vez vai ser diferente.”

E a pessoa vai tentando. Vai parando por uma semana, um mês. Vai trocando uma droga por outra, o álcool pelos remédios. Até que o corpo e a mente, exaustos, sinalizam: não é mais sobre força de vontade. É sobre doença.

Pedir ajuda, então, não é uma rendição. É o primeiro ato de coragem genuína depois de anos de uma guerra interna perdida.


POR QUE A INTERNAÇÃO PODE SER O MAIOR ATO DE AMOR PRÓPRIO?

Há um equívoco cultural profundo: vemos a internação como um fracasso, uma prisão, um atestado de incapacidade.

Precisamos virar essa chave.

Internar-se é como fazer uma cirurgia do espírito. Você não opera um coração doente em casa, com tesoura e fita isolante. Você vai a um hospital, se entrega a profissionais, aceita o corte necessário para a cura.

A internação terapêutica é isso: o reconhecimento de que o ambiente atual está intoxicado. Que os gatilhos estão em cada canto da casa, em cada rosto familiar, em cada velho hábito. É a decisão radical de dizer: “Vou me retirar do mundo para me reencontrar.”


A CORAGEM QUE VEM DE PEDACOS QUEBRADOS

João, hoje com 5 anos de sobriedade, descreveu assim: “Pedir ajuda foi como segurar meus próprios cacos e dizer ‘não sei colar isso’. A coragem não veio de um lugar de força, veio de um lugar de cansaço total. Cansei de mentir para mim mesmo.”

Essa é a verdade que ninguém conta: a coragem de pedir ajuda raramente é grandiosa e heroica. É pequena, trêmula e cheira a desespero. E está tudo bem que seja assim.


PARA A FAMÍLIA: O AMOR QUE INTERNA

E quando é a família que precisa tomar a decisão pela internação involuntária? Aqui, o peso é diferente, mas a essência é a mesma.

Internar um filho, um pai, um cônjuge, não é um ato de traição. É o ato de amor mais difícil e puro que existe. É dizer: “Te amo tanto que prefiro te ver bravo comigo, em tratamento, do que te ver morto, com minha conivência.”

É colocar a vida acima da aprovação. A saúde acima da harmonia momentânea.


O PRIMEIRO PASSO, QUE PARECE UMA QUEDA

Ligar para uma comunidade terapêutica. Entrar no carro e se dirigir até lá. Assinar a admissão. Cada um desses atos parece, para quem está no vício, como uma derrota.

Mas não é.

É o primeiro passo para fora do poço. É a mão estendida no escuro. E na Caminhar, essa mão nunca é agarrada sozinha.

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